Eu não sei, não lembro. Como foi mesmo que te conheci? Acho que foi à beira mar, quando eu em vão tentava aprisionar a água do oceano em minhas frágeis mãos. Ou será que te conheci no doce das frutas frescas de cada estação? Talvez tenha te encontrado no virar de uma esquina ao ser distraída por um perfume atraente. Quem sabe te encontrei no canto dos pássaros, ou até quando revolucionariamente defendia os direitos dos filhotes do ninho. Acho que te conheci na beleza das flores, nas gotas de orvalho de cada manhã, no brilho do sol insistente de um verão. Será se te conheci no voar de uma borboleta? Ou quem sabe foi no ósculo de um beija flor.
Provavelmente nos cruzamos de passagem por qualquer lugar, talvez tenha sido no passo apressado de uma rua apinhada de gente, ou mesmo de passagem pelo museu do Louvre.
Será se te conheci ao deixar de ser uma menina, ao perceber que uma mulher despertava das profundezas do meu ser? Talvez tenha te encontrado em meus sonhos, em meus pensamentos psicodélicos ou quem sabe até em delírios. No fundo acho que te encontrei aos poucos em tudo isso, porque tudo isso é amor, e quando te encontrei eu apenas te reconheci, porque essas são as premissas do amor.
Rhilenne Feitosa
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