E sobre mim?

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Alguém que tenta traduzir sentimentos através de palavras escritas, mesmo que algumas vezes essas palavras não sejam de minha autoria. Traduzir o que se sente é magnífico, e representar sentimentos através de palavras é dotá-los de significado para nós que sentimos e para outros que nos espiam. Este é o intuito deste blog, significar os sentimentos. Caros leitores sintam-se a vontade neste espaço para ler os sentimentos da autora e se quiserem “postem” comentários, eles serão bem vindos...

domingo, 27 de março de 2011

Remorso

Às vezes, uma dor me desespera...
Nestas ânsias e dúvidas em que ando.
Cismo e padeço, neste outono, quando
Calculo o que perdi na primavera.
Versos e amores sufoquei calando,
Sem os gozar numa explosão sincera...
Ah! Mais cem vidas! com que ardor quisera
Mais viver, mais penar e amar cantando!
Sinto o que desperdicei na juventude;
Choro, neste começo de velhice,
Mártir da hipocrisia ou da virtude,
Os beijos que não tive por tolice,
Por timidez o que sofrer não pude,
E por pudor os versos que não disse!

                                          (Olavo Bilac)

quinta-feira, 17 de março de 2011

Não me Lembro


Eu não sei, não lembro. Como foi mesmo que te conheci? Acho que foi à beira mar, quando eu em vão tentava aprisionar a água do oceano em minhas frágeis mãos. Ou será que te conheci no doce das frutas frescas de cada estação? Talvez tenha te encontrado no virar de uma esquina ao ser distraída por um perfume atraente. Quem sabe te encontrei no canto dos pássaros, ou até quando revolucionariamente defendia os direitos dos filhotes do ninho. Acho que te conheci na beleza das flores, nas gotas de orvalho de cada manhã, no brilho do sol insistente de um verão. Será se te conheci no voar de uma borboleta? Ou quem sabe foi no ósculo de um beija flor.
Provavelmente nos cruzamos de passagem por qualquer lugar, talvez tenha sido no passo apressado de uma rua apinhada de gente, ou mesmo de passagem pelo museu do Louvre.    
Será se te conheci ao deixar de ser uma menina, ao perceber que uma mulher despertava das profundezas do meu ser? Talvez tenha te encontrado em meus sonhos, em meus pensamentos psicodélicos ou quem sabe até em delírios.  No fundo acho que te encontrei aos poucos em tudo isso, porque tudo isso é amor, e quando te encontrei eu apenas te reconheci, porque essas são as premissas do amor.
   

                                                                          Rhilenne Feitosa

segunda-feira, 7 de março de 2011


É hora de partir, meus irmãos, minhas irmãs
Eu já devolvi as chaves da minha porta
E desisto de qualquer direito à minha casa.
Fomos vizinhos durante muito tempo
E recebi mais do que pude dar.
Agora vai raiando o dia
E a lâmpada que iluminava o meu canto escuro
Apagou-se.
Veio à intimação e estou pronto para a minha jornada.
Não indaguem sobre o que levo comigo.
Sigo de mãos vazias e o coração confiante.

                              Rabindranath Tagore