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Alguém que tenta traduzir sentimentos através de palavras escritas, mesmo que algumas vezes essas palavras não sejam de minha autoria. Traduzir o que se sente é magnífico, e representar sentimentos através de palavras é dotá-los de significado para nós que sentimos e para outros que nos espiam. Este é o intuito deste blog, significar os sentimentos. Caros leitores sintam-se a vontade neste espaço para ler os sentimentos da autora e se quiserem “postem” comentários, eles serão bem vindos...

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A Velocidade da Luz


Era uma manhã nublada de um desses dias de janeiro, o frio da noite ainda não se tinha ido por completo e Eleonor estava confortavelmente deitada em sua cama. Ela estava lembrando de sua infância, pensando em como era bom acordar enquanto sua mãe ainda cedinho preparava o café, exalando assim aquele cheiro característico, quase poético que sempre lhe pareceu o odor do novo, do renascer da vida, do novo dia que surge, da vida que insiste em reaparecer após uma noite calada e sombria. Esse cheiro todas as manhãs invadia o quarto que ela dividia com os irmãos menores. Eleonor sempre gostou de acordar cedinho e perceber os odores da casa, as conversas dos seus pais, senti-los perto antes que eles fossem trabalhar, pois, a simples visão deles logo no início da manhã lhe enchia de coragem. -Mas, isso foi há bastante tempo- pensava Eleonor, agora ela não conseguia mais sentir o cheiro do café que sua mãe aprontava e nem poderia naquele instante vê seus pais.
Eleonor retornou do passeio que fizera à suas memórias guardadas em algum lugar do seu ser, e percebeu que ainda estava ali parada na cama. Esforçou-se para levantar embora ainda fosse muito cedo para ir ao trabalho, fez um esforço sobrenatural e saiu relutante da cama dando alguns passos em direção ao banheiro inteiramente branco. Ao entrar, olhou-se no espelho, e percebeu como seu rosto estava inchado, ela não havia dormido bem e isso era perceptível. Seu marido mais uma vez não havia dormido em casa. Isso na realidade já não era mais um fato que lhe causasse tanto espanto, pelo contrário, tornou-se um fato corriqueiro. No entanto, essa noite havia sido diferente das outras, Eleonor sentia-se estranhamente modificada e por mais que se esforçasse não conseguia entender o porque. Nesta manhã ela havia sido invadida por uma sensação quase claustrofóbica, era como se estivesse presa e determinada a liberta-se.
Dessa forma, deu alguns passos em direção ao interior do banheiro e encarou corajosamente o frio daquela água, pois, achava que aquele ato lhe daria ânimo para encarar a vida e seus desafios. Eleonor realmente acreditava que aquela chuveirada lhe arrancaria a inexplicável sensação que havia invadido seu corpo, assim, ela deleitou-se com aquela água que caía gelada, limpa e renovadora; ao fim do banho, Eleonor apanhou a toalha e enrolou-se, saindo em direção à cozinha. Depois desse banho ela precisava de um bom café.
                                                                              
                                                                                          Rhilenne Feitosa

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011


"Corpos que se lançam de encontro ao outro, e se enlaçam desafiando assim o principio da inércia, na ânsia de estar o mais perto possível um do outro na tentativa constante e sublime de serem apenas um."  
                                                                           Rhilenne Feitosa

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O Vento na Ilha


Vento é um cavalo:
ouve como ele corre
pelo mar, pelo c
é
u.
Quer me levar: escuta
como ele corre o mundo
para levar-me longe.
Esconde-me em teus bra
ç
os
por esta noite erma,
enquanto a chuva rompe
contra o mar e a terra
sua boca inumer
á
vel.
Escuta como o vento
me chama galopando
para levar-me longe.
Como tua fronte na minha,
tua boca em minha boca,
atados nossos corpos
ao amor que nos queima,
deixa que o vento passe
sem que possa levar-me.
Deixa que o vento corra
coroado de espuma,
que me chame e me busque
galopando na sombra,
enquanto eu, protegido
sob teus grandes olhos,
por esta noite s
ó

descansarei, meu amor.
                                                         Pablo Neruda