E sobre mim?

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Alguém que tenta traduzir sentimentos através de palavras escritas, mesmo que algumas vezes essas palavras não sejam de minha autoria. Traduzir o que se sente é magnífico, e representar sentimentos através de palavras é dotá-los de significado para nós que sentimos e para outros que nos espiam. Este é o intuito deste blog, significar os sentimentos. Caros leitores sintam-se a vontade neste espaço para ler os sentimentos da autora e se quiserem “postem” comentários, eles serão bem vindos...

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O Espelho




Tão linda tu és! Tão pequena, és somente um satélite que de longe lança-nos olhares, como a nos repreender de nossas atitudes mesquinhas neste planeta de povos desvairados. Diante do oceano tu és tão diminuta, no entanto, usa este grande mar apenas como um espelho que reflete todo o teu charme gracioso, Oh lua minha!!!
Queria te aprisionar no meu vidrinho de coleções, mas a liberdade é marca de teu esplendor.

Para Sempre Iluminar




Hoje ao chegar à praia fui invadida por uma sensação tão sublime, era uma verdadeira sensação de igualdade, por um momento ocorreu-me que o sol ao iluminar não faz distinção social, racial ou mesmo ligado a gênero, ele simplesmente ilumina. Todos os dias ele nos dá dois espetáculos e nem se importa com aplausos ou espectadores, simplesmente segue sua sina: a de iluminar! Iluminar a todos.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Preconceito: Algo Superado no Brasil?

Imaginem que um dia desses estávamos assistindo aula, e quase no finalzinho comentamos sobre o filme Crash no limite, eis que diante de nossas reflexões chegamos a debater sobre o preconceito, e não nos limitamos apenas aquele narrado no filme pertinente a sociedade estadunidense, fomos mais além e chegamos a comentar sobre o preconceito existente no Brasil. E imaginem caros leitores, que surge uma voz inquieta e lança sua pergunta no mínimo intrigante:
- Ainda existe preconceito dessa natureza no Brasil (racial)?
Eis que essa pergunta me fez ter uma longa e pertinente reflexão, e depois de um tempo formulei o que pareceu-me uma resposta bem convincente. No Brasil o preconceito ainda mostra-se muito vivo, e é tão arraigado que quase não se percebe, passa constantemente despercebido aos nossos olhos desatentos. Infelizmente o racial não é o único a figurar neste cenário, existe preconceito com relação aos nordestinos, as mulheres (se elas forem loiras então!), aos homoafetivos, pessoas obesas entre outros tipos preconceitos que escondem-se por serem naturais demais.
Quantas vezes ouvimos ditos populares do tipo: mulher no volante perigo constante ou ainda, lugar de mulher é na cozinha esquentando a barriga no fogão e esfriando no tanque. São ditos “engraçadinhos”, mas, que sem dúvida mostram que ainda vivemos numa sociedade que teima em perpetuar certos conceitos. Tenho parentes que são piauienses e foram embora para Brasília ainda na década de 1980, acreditem caros leitores, que minha tia necessitando de uma extração dentária foi em busca de um dentista, este por sua vez disse a ela que sua extração seria mais cara em virtude dela ser nordestina e que, portanto, teria dentes mais difíceis de serem arrancados por possuírem raízes mais profundas. Que determinismo é esse? Ser nordestino é isso?
Existe uma espécie de hierarquia de indivíduos baseada na instrução, se somos esclarecidos somos ocupadores de melhores espaços no lócus da ilustração, no entanto se temos poucos conhecimentos científicos somos marginalizados socialmente, se somos analfabetos aí é que as coisas pioram mesmo. Quantas vezes ouvimos e até mesmo dizemos, que a culpa do Brasil viver esse cenário de corrupção e de desordem política são desses analfabetos, dessa massa ignorante que não sabe escolher seus representantes políticos. O que nos leva a uma reflexão, por que então as pessoas ditas ilustradas não resolvem mudar de postura, deixar de viver esse mundo ideário e passar a mudar a realidade que os cerca? Por que continuar a jogar a culpa de tanto comodismo nas pessoas menos ilustradas?
Muitas vezes vemos termos pejorativos que designam o homoafetivo, tais como: biba, veado, veadinho, bichona, bicha, boiola etc. e alguns muito piores, piores mesmo para se designar um outro ser humano. Vimos constantemente nos jornais violências físicas e morais cometidas contra essas pessoas, o que é isso? Não conseguimos lidar com a diferença?
Ainda hoje vivemos reflexos de uma sociedade escravocrata, onde o negro é pesadamente marginalizado e algumas pessoas ainda acreditam fielmente que os negros são inferiores e, portanto, não merecem um lugar digno na sociedade, devemos lutar contra velhos estereótipos, presentes inclusive nos ditos populares tais como: negro correndo é ladrão, negro quando não “caga” na entrada “caga” na saída, jogue um negro pra cima se voar é um urubu se cair é um monte de “merda”. Todas essas expressões são formas latentes de preconceito que muitas vezes nos permitimos falar até por ingenuidade, palavras como essas têm força, são facas que dilaceram qualquer possibilidade de varrermos o preconceito de nossa sociedade. Vimos constantemente polêmicas em torno de medidas sociais para negros em virtude de anos de exclusão no panorama da cidadania, tais como, o sistema de cotas para o ingresso na universidade, será realmente esse o caminho? Não seria melhor dá a todos as mesmas condições de ensino? Medidas como essas são realmente eficientes ou simplesmente reafirmam velhos preconceitos?
Vivemos em uma sociedade onde vale mais quem tem mais, ou pelo menos quem ostenta riqueza. Minha mãe e minha irmã foram a uma loja famosíssima aqui em Parnaíba, e ao observar as mercadorias resolveram fazer algumas compras, precisaram da ajuda de um atendente chamando-o, ao passo que ele não lhe delegou a menor atenção, continuando parado no mesmo lugar. Eis que nesse meio tempo entrou uma mulher muito bem vestida, e simplesmente os vendedores começaram a se entreolharem como que perguntando quem iria atendê-la, ela não precisou chamar ninguém, porque logo um atendente lhe ofereceu toda dedicação e atenção que ela como cliente bem vestida e aparentemente rica merecia. Isso é uma forma de preconceito, as pessoas mostram no corpo se podem ou não comprar algo? Quem nunca viu um vendedor atento para possíveis furtos quando um pedinte entra em sua loja?
Nós brasileiros gostamos de pensar que vivemos em uma sociedade livre de preconceitos em virtude da grande miscigenação declarada que deu origem a esse povo, no entanto, o preconceito é tão arraigado no nosso dia-a-dia, que nem nos damos conta de que convivemos com ele por ele ser tão “natural”. Muitas vezes somos impregnados de discursos de tolerância do tipo: Devemos aceitar, ou ainda, devemos conviver, quando na realidade as palavras deveriam ser: Somos todos iguais, pretos ou brancos, gordos ou magros, heterossexuais ou homoafetivos, mulheres ou homens, ricos ou pobres, ilustrados ou analfabetos. Devemos partir do principio que somos seres humanos e que só deve existir esse tipo de classificação: Apenas Seres Humanos.


Rhilenne