E sobre mim?

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Alguém que tenta traduzir sentimentos através de palavras escritas, mesmo que algumas vezes essas palavras não sejam de minha autoria. Traduzir o que se sente é magnífico, e representar sentimentos através de palavras é dotá-los de significado para nós que sentimos e para outros que nos espiam. Este é o intuito deste blog, significar os sentimentos. Caros leitores sintam-se a vontade neste espaço para ler os sentimentos da autora e se quiserem “postem” comentários, eles serão bem vindos...

segunda-feira, 1 de agosto de 2011




''Pinto  a  mim  mesmo  porque  sou  sozinha  e porque  sou  o  assunto  que  conheço  melhor.''
Frida Kahlo

quinta-feira, 9 de junho de 2011


-Gatinho de Cheshire, começou, muito timidamente, por não saber se ele gostaria desse tratamento: ele, porém, apenas alargou um pouco mais o sorriso.
-Ótimo, até aqui está contente, pensou Alice. E prosseguiu: - Você poderia, por favor, me dizer qual é o caminho para sair daqui?
- Depende muito de onde você quer chegar, disse o Gato.
- Não me importa muito onde..., foi dizendo Alice.
-Nesse caso não faz diferença por qual caminho você vá, disse o Gato.
-... Desde que eu chegue a algum lugar, acrescentou Alice, explicando.
-Oh, esteja certo de que isso ocorrerá, falou o Gato, desde que você caminhe o bastante.
(Lewis Carroll-Alice no País das Maravilhas)

quinta-feira, 26 de maio de 2011


Construção

Amou  daquela  vez  como  se  fosse  a  última
Beijou  sua  mulher  como  se  fosse  a  última
E  cada  filho  seu  como  se  fosse  o  único
E  atravessou  a  rua  com  seu  passo  tímido
Subiu  a  construção  como  se  fosse  máquina
Ergueu  no  patamar  quatro  paredes  sólidas
Tijolo  com  tijolo  num  desenho  mágico
Seus  olhos  embotados  de  cimento  e  lágrima
Sentou  pra  descansar  como  se  fosse  sábado
Comeu  feijão  com  arroz  como  se  fosse  um  príncipe
Bebeu e  soluçou  como  se  fosse  um  náufrago
Dançou  e  gargalhou  como  se  ouvisse  música
E  tropeçou  no  céu  como  se  fosse  um  bêbado
E  flutuou  no  ar  como  se  fosse  um  pássaro
E  se  acabou  no  chão  feito  um  pacote  flácido
Agonizou  no  meio  do  passeio  público
Morreu  na  contramão  atrapalhando  o  tráfego

Amou  daquela  vez  como  se  fosse  o  último
Beijou  sua  mulher  como  se  fosse  a  única
E  cada  filho  seu  como  se  fosse  o  pródigo
E  atravessou  a  rua  com  seu  passo  bêbado
Subiu a  construção  como  se  fosse  sólido
Ergueu  no  patamar  quatro  paredes  mágicas
Tijolo  com  tijolo  num  desenho  lógico
Seus  olhos  embotados  de  cimento  e  tráfego
Sentou  pra  descansar  como  se fosse um príncipe
Comeu  feijão  com  arroz  como  se  fosse  o  máximo
Bebeu  e  soluçou  como  se  fosse  máquina
Dançou  e  gargalhou  como  se  fosse  o  próximo
E  tropeçou  no  céu  como  se  ouvisse  música
E  flutuou  no  ar  como  se  fosse  sábado
E  se  acabou  no  chão  feito  um  pacote  tímido
Agonizou  no  meio  do  passeio  náufrago
Morreu  na  contramão  atrapalhando  o  público
Amou  daquela  vez  como  se  fosse  máquina
Beijou  sua  mulher  como  se  fosse  lógico
Ergueu  no  patamar  quatro  paredes  flácidas
Sentou  pra  descansar  como  se  fosse  um  pássaro
E  flutuou no  ar  como  se  fosse  um  príncipe
E  se  acabou  no  chão  feito  um  pacote  bêbado
Morreu  na  contra- mão  atrapalhando  o  sábado

Por  esse  pão  pra  comer,  por  esse  chão  prá  dormir
A  certidão  pra  nascer  e  a  concessão  pra  sorrir
Por  me  deixar respirar,  por  me  deixar  existir,

Deus  lhe  pague

Pela  cachaça  de  graça  que  a gente tem  que  engolir
Pela  fumaça  e  a  desgraça, que  a  gente  tem  que  tossir
Pelos  andaimes  pingentes  que  a  gente  tem  que  cair,

Deus  lhe  pague

Pela  mulher  carpideira  pra  nos  louvar  e  cuspir
E  pelas  moscas  bicheiras  a  nos  beijar  e  cobrir
E  pela  paz  derradeira  que  enfim  vai  nos  redimir,

Deus lhe pague

                                                          Chico  Buarque

domingo, 8 de maio de 2011


Presa a minha sanidade mental, sei que jamais poderei te ver novamente, a não ser nessas efêmeras noites de sono que por poucos instantes me proporcionam um encontro trasncedental e lírico. Saber que te encontrarei agora somente em minhas memórias é tão dolorido, o que seria de mim se não fosse à capacidade surreal de sonhar?

segunda-feira, 18 de abril de 2011

"Vê se ri um pouco. Tenho aprendido que tudo tem jeito, o tempo é remédio pra tudo, vivendo e aprendendo. Por aí."
 
 
                                                   
Caio Fernando Abreu
 

domingo, 27 de março de 2011

Remorso

Às vezes, uma dor me desespera...
Nestas ânsias e dúvidas em que ando.
Cismo e padeço, neste outono, quando
Calculo o que perdi na primavera.
Versos e amores sufoquei calando,
Sem os gozar numa explosão sincera...
Ah! Mais cem vidas! com que ardor quisera
Mais viver, mais penar e amar cantando!
Sinto o que desperdicei na juventude;
Choro, neste começo de velhice,
Mártir da hipocrisia ou da virtude,
Os beijos que não tive por tolice,
Por timidez o que sofrer não pude,
E por pudor os versos que não disse!

                                          (Olavo Bilac)

quinta-feira, 17 de março de 2011

Não me Lembro


Eu não sei, não lembro. Como foi mesmo que te conheci? Acho que foi à beira mar, quando eu em vão tentava aprisionar a água do oceano em minhas frágeis mãos. Ou será que te conheci no doce das frutas frescas de cada estação? Talvez tenha te encontrado no virar de uma esquina ao ser distraída por um perfume atraente. Quem sabe te encontrei no canto dos pássaros, ou até quando revolucionariamente defendia os direitos dos filhotes do ninho. Acho que te conheci na beleza das flores, nas gotas de orvalho de cada manhã, no brilho do sol insistente de um verão. Será se te conheci no voar de uma borboleta? Ou quem sabe foi no ósculo de um beija flor.
Provavelmente nos cruzamos de passagem por qualquer lugar, talvez tenha sido no passo apressado de uma rua apinhada de gente, ou mesmo de passagem pelo museu do Louvre.    
Será se te conheci ao deixar de ser uma menina, ao perceber que uma mulher despertava das profundezas do meu ser? Talvez tenha te encontrado em meus sonhos, em meus pensamentos psicodélicos ou quem sabe até em delírios.  No fundo acho que te encontrei aos poucos em tudo isso, porque tudo isso é amor, e quando te encontrei eu apenas te reconheci, porque essas são as premissas do amor.
   

                                                                          Rhilenne Feitosa